No 8 de março
Em audiência com o reitor, prof. José Carlos Hennemann, e o vice-reitor, prof. Pedro Fonseca as camponesas demonstraram a preocupação com o aumento do deserto verde que já vem provocando nefastas conseqüências no estado, como intensificação da concentração de terras, aumento das secas, elevação das temperaturas e destruição do Bioma Pampa, que só existe nas terras gaúchas. E entendem que estabelecer parceria com a Aracruz é concordar com toda essa destruição ambiental e social provocada pelas multinacionais do eucalipto.
Os estudantes também argumentaram as práticas de violações aos direitos humanos que marcam a trajetória da Aracruz Celulose em todos os estados, em especial contra indígenas e quilombolas no Espírito Santo.
O reitor e o vice se comprometeram então a suspender o protocolo com a Aracruz que seria votado na próxima reunião no Conselho da Universidade. “A UFRGS tem uma história de defesa do meio ambiente, tem cursos e pesquisas voltadas para a ecologia. Inclusive nos jornais da universidade tem sido publicadas matérias sobre os eucaliptos no estado. Creio que precisamos aprofundar o debate deste tema na comunidade universitária. Por isso o processo está suspenso. Não vamos assinar nenhum protocolo ou convênio para pesquisas que sejam prejudiciais a sociedade”, se comprometeu o professor Hennemann.
A decisão da reitoria foi comemorada pelas mulheres e estudantes. A jornada de luta das mulheres da Via Campesina no RS se encerrou com o lançamento da campanha de produção de alimentos saudáveis no pátio da UFRGS. “O agronegócio gera os desertos verdes, a agricultura camponesa produz alimentos, cultiva a vida. Queremos que a universidade forme profissionais para trabalhar para a vida não para o projeto de morte das transnacionais” afirmaram as mulheres camponesas.
No Rio Grande do Sul as universidades tem sido um alvo preferencial das empresas do deserto verde com o objetivo de obter aval científico para seus projetos.
Fonte: MST
Nenhum comentário:
Postar um comentário